O uso de drones nas engenharias e áreas afins
- Tiago Duque
- 10 de dez. de 2018
- 3 min de leitura
Há quase dez anos era noticiada a captura de um dos maiores terroristas, Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda, e em todo o relato da operação um fato se destacava, a localização e o monitoramento do alvo haviam sido feitos com auxílio de drones. Drones como o Predator (General Atomics MQ-1) prestes a ser aposentado pelo exército dos Estados Unidos depois de 22 anos de serviço. E foi com essa finalidade que os drones ficaram restritos ao uso militar durante muito tempo.
A criação dos drones teve sua inspiração nas bombas voadoras alemãs do tipo V-1 (décadas de 60 e 70) e em aviõezinhos utilizados como aeromodelos. Com um zumbido característico de um zangão (o macho de diversas espécies de abelha) rapidamente ganhou o apelido de “drone” que em inglês significa justamente zangão, zumbido. Tecnicamente eram conhecidos pela sigla em inglês UAV (Unmanned Aerial Vehicle) ou em português VANT (veículo aéreo não tripulado), denominação ainda muito escutada, embora UAV esteja em desuso pela comunidade internacional.
Diante de um enorme potencial de aplicações os drones ou RPAs (Remote Piloted Aircraft), termo técnico adotado pela legislação brasileira, ganharam o uso civil e logo se popularizaram. De acordo com o Google Trends, ferramenta de contagem de buscas de termos, de 2004 até janeiro de 2018, o termo “drones” apresenta uma curva ascendente com picos nos meses de dezembro de cada ano, época de grande volume de compras (Figura 1).
Diante de tanta procura, fabricantes de todo o planeta começaram a oferecer variados tipos de modelos, tanto de asa-fixa, criados para permanecer por mais tempo no ar, quanto multirrotores, concebidos para pousos e decolagens na vertical, e muitas vezes sendo necessária a criação de modelos híbridos.
Aos poucos os drones ganham espaço nas obras de engenharia, provavelmente, a aplicação mais comum esteja atrelada a dados para agricultura e topografia e seus derivados, entretanto novas áreas vem surgindo, como a de inspeção e controle. Áreas onde a vida humana muitas vezes é colocada em risco, os drones fazem papéis importantes ao minimizar a ameaça de acidentes, uma vez que o operador pode conduzir a aeronave a uma distância segura do local ou trabalho perigos.
Atualmente diversas áreas se beneficiam do uso das aeronaves remotamente pilotadas como agricultura, mineração, agrimensura, ambiental, construção, entre outras, adotando os drones como ferramentas de trabalho. O grande fator de adoção refere-se a agilidade e qualidade dos dados obtidos por esses equipamentos que em si representam apenas um elemento capaz de carregar sensores de diversos tipos. Estes sensores são os que vão definir a utilidade e aplicação dos drones nas mais diversas áreas da engenharia.

Na Engenharia Civil os drones têm sido usados para os mais diversos fins, desde levantamentos topográficos e acompanhamento de obras a laudos de inspeção de obras. Na Engenharia Ambiental para monitoramento de qualidade de água e ar e recentemente, com o auxílio de inteligência artificial, classificação de espécies de árvores em uma floresta. Na mineração aplicam-se os drones sobretudo para cálculos de volume de pilhas a monitoramento de frotas e vigilância territorial. No agronegócio as aeronaves ocupam cada vez mais espaço principalmente na agricultura de precisão. Com o auxílio de imagens aéreas é possível localizar pontos anômalos na plantação e direcionar soluções para onde é necessário, além de pulverizar, reconstituir linhas de plantio e contagem de pés. Na pecuária utiliza-se para controle do rebanho e monitoramento da localização do animais.
Enfim, os drones têm sido uma tecnologia disruptiva para diversas áreas e principalmente para a engenharia, onde atuam como uma importante ferramenta nesta ciência que sempre está na constante busca para solução dos problemas.
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